Paris: modelo de cidade de 15 minutos



Até alguns anos atrás, a margem direita do Rio Sena, em Paris, era uma via de trânsito rápido por onde passavam mais de 40 mil veículos todos os dias. Para melhorar a qualidade do ar e de vida em Paris, em 2016, a via foi convertida em um parque linear livre de carros, usado tanto para os deslocamentos diários a pé ou de bicicleta quanto para atividades de lazer nos finais de semana.

O que começou como um programa para recuperar espaços viários dominados pelos veículos privados se tornou uma agenda ampla para transformar a cidade em um lugar onde as pessoas possam ter acesso a empregos, comércio, tratamentos de saúde e serviços culturais a uma curta distância de suas casas, a partir dos meios de transporte menos poluentes, como caminhada, bicicleta ou transporte coletivo. O conceito de adotar esse modelo de bairros de uso misto ficou conhecido como “Cidade de 15 Minutos”.

Durante a pandemia, a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, ampliou as ciclofaixas e o cronograma de fechamento de ruas para garantir mais espaço ao distanciamento social. Outras ações foram transformar escolas em centros comunitários para lazer e a pedestrianização de ruas escolares para incentivar meios de transporte seguros e não motorizados nos deslocamentos até a escola.

Este conceito já está sendo adotada por cidades como Melbourne, Ottawa e Xangai. Pensar nas cidades em termos de tempo, proximidade e ritmos diários e sazonais é planejar as cidades para “consertar” o modelo urbano que favorece o transporte individual e mudar nosso estilo de vida urbano.
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